A Guerra
Solano López, acreditando no poderio de seu exército, com um
contingente mobilizado numeroso mas mal equipado, e superestimando as
dissensões internas na Argentina e no Brasil, após advertir que não admitiria a
interferência brasileira, invadiu a província do Mato Grosso. Em seguida, pediu
permissão à Argentina para que suas tropas pudessem atravessar seu território
e, assim, socorrer o Uruguai e invadir o Rio Grande. Diante da negativa do
governo Mitre, que, de fato, apoiava a intervenção brasileira contra os blancos uruguaios,
invadiu Corrientes, na esperança de contar com o apoio do general Urquiza, que
se opunha ao governo mitrista. Suas previsões fracassaram. Brasil, Argentina e
Uruguai formaram a Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai e, após
derrotaram os paraguaios em Uruguaiana, expulsaram suas tropas da Argentina e
prepararam a invasão do Paraguai.
Acreditava-se que a guerra seria breve. Não foi. Depois de uma primeira grande
batalha campal em Tuiuti, em maio de 1866, quando a fina-flor do exército paraguaio
foi destruída, os aliados depararam-se com as fortificações de Humaitá às
margens do rio Paraguai, onde permaneceram praticamente inativos por mais de um
ano. Enfrentando um inimigo ferrenho em um terreno pantanoso e desconhecido,
mostraram-se incapazes de progredir. Em julho de 1867, uma tentativa de assalto
às posições paraguaias em Curupaiti resultou em uma sangrenta derrota aliada.
Humaitá só seria capturada em agosto do ano seguinte. Nesta altura, a guerra já
era conduzida praticamente pelas forças brasileiras. Enfrentando uma forte
oposição ao recrutamento e rebeliões armadas, o governo argentino teve que
reduzir drasticamente seu contingente na frente de operações. O exército
brasileiro, sob o comando de Caxias, tivera que passar por uma forte
reestruturação para se adaptar às condições de uma guerra prolongada e de tais
proporções.
Os paraguaios, apesar dos enormes sacrifícios e das perdas sofridas, estavam
longe do fim e reorganizaram uma nova linha de defesa, com um novo exército, um
pouco mais acima, às margens do rio Paraguai. Em dezembro de 1868, após uma
série de combates, eles foram novamente derrotados e Assunção foi ocupada pelos
brasileiros em janeiro de 1869. López conseguiu fugir e organizar um novo
exército, em sua maioria formada por velhos e crianças, no norte do país.
Caxias, já com mais de sessenta anos, cansado e considerando que o
prosseguimento da guerra era inútil e que somente os argentinos, fornecedores
de suprimentos para o exército aliado e, no fundo, a principal ameaça à
hegemonia brasileira na região, retirou-se. Assumiu o comando o conde D'Eu,
nobre francês marido da Princesa Isabel. Depois de mais uma batalha em Campo Grande , em que
perdeu seu último exército de meninos e velhos, em agosto de 1869, Francisco
Solano López , acompanhado de um punhado de seguidores, ainda conseguiu
evadir-se. Finalmente, em 1o de março de 1870, seu acampamento foi cercado e,
após breve, mas sangrenta refrega, ele foi morto pelas forças brasileiras que o
perseguiam.
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