sábado, 1 de dezembro de 2012


A Guerra
Solano López, acreditando no poderio de seu exército, com um contingente mobilizado numeroso mas mal equipado, e superestimando as dissensões internas na Argentina e no Brasil, após advertir que não admitiria a interferência brasileira, invadiu a província do Mato Grosso. Em seguida, pediu permissão à Argentina para que suas tropas pudessem atravessar seu território e, assim, socorrer o Uruguai e invadir o Rio Grande. Diante da negativa do governo Mitre, que, de fato, apoiava a intervenção brasileira contra os blancos uruguaios, invadiu Corrientes, na esperança de contar com o apoio do general Urquiza, que se opunha ao governo mitrista. Suas previsões fracassaram. Brasil, Argentina e Uruguai formaram a Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai e, após derrotaram os paraguaios em Uruguaiana, expulsaram suas tropas da Argentina e prepararam a invasão do Paraguai.

Acreditava-se que a guerra seria breve. Não foi. Depois de uma primeira grande batalha campal em Tuiuti, em maio de 1866, quando a fina-flor do exército paraguaio foi destruída, os aliados depararam-se com as fortificações de Humaitá às margens do rio Paraguai, onde permaneceram praticamente inativos por mais de um ano. Enfrentando um inimigo ferrenho em um terreno pantanoso e desconhecido, mostraram-se incapazes de progredir. Em julho de 1867, uma tentativa de assalto às posições paraguaias em Curupaiti resultou em uma sangrenta derrota aliada. Humaitá só seria capturada em agosto do ano seguinte. Nesta altura, a guerra já era conduzida praticamente pelas forças brasileiras. Enfrentando uma forte oposição ao recrutamento e rebeliões armadas, o governo argentino teve que reduzir drasticamente seu contingente na frente de operações. O exército brasileiro, sob o comando de Caxias, tivera que passar por uma forte reestruturação para se adaptar às condições de uma guerra prolongada e de tais proporções. 
Os paraguaios, apesar dos enormes sacrifícios e das perdas sofridas, estavam longe do fim e reorganizaram uma nova linha de defesa, com um novo exército, um pouco mais acima, às margens do rio Paraguai. Em dezembro de 1868, após uma série de combates, eles foram novamente derrotados e Assunção foi ocupada pelos brasileiros em janeiro de 1869. López conseguiu fugir e organizar um novo exército, em sua maioria formada por velhos e crianças, no norte do país. Caxias, já com mais de sessenta anos, cansado e considerando que o prosseguimento da guerra era inútil e que somente os argentinos, fornecedores de suprimentos para o exército aliado e, no fundo, a principal ameaça à hegemonia brasileira na região, retirou-se. Assumiu o comando o conde D'Eu, nobre francês marido da Princesa Isabel. Depois de mais uma batalha em Campo Grande, em que perdeu seu último exército de meninos e velhos, em agosto de 1869, Francisco Solano López , acompanhado de um punhado de seguidores, ainda conseguiu evadir-se. Finalmente, em 1o de março de 1870, seu acampamento foi cercado e, após breve, mas sangrenta refrega, ele foi morto pelas forças brasileiras que o perseguiam.


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